Extremamente inspirada pela ideia da Fernanda Neute, do blog FÊliz com a vida, eu decidi fazer o que estava nos meus planos a muito tempo: escrever uma carta para o “futuro eu”. Mas, antes de começar a minha carta eu quero recordar aqui de uma conversa que eu tive com uma amiga sobre este mesmo assunto, quando eu ainda vivia na África do Sul, esperando a chegada da minha primeira filha. A conversa ia, mais ou menos, assim:
Amiga: “Então vocês vão mudar em breve. Para onde, dessa vez?”.
Eu: “Ainda não sei, talvez Estados Unidos, mas mais provavelmente para o Peru. Eu soube que existe uma oportunidade por lá e o Roberto (meu marido) tem grandes chances de assumí-la. Ah, e como ele é peruano, acho que a empresa daria preferência a ele, assim reduziria custos de uma nova expatriação.”
Amiga: “Ah, que bom, Thaís. Espero que dê certo essa ideia do Peru. Assim você finalmente vai encontrar um trabalho e começar a ganhar dinheiro”.
Quem me conhece, tanto quanto essa querida amiga, sabe que essas palavras não soam tão amargas quanto parecem. Ela sabia que eu tinha planos de continuar trabalhando depois que eu me tornasse mãe.
Agora, essa pressão sobre “ganhar dinheiro”? Isso apenas me deixou ainda mais ansiosa e, definitivamente, não me serviu como palavras de apoio.
É por opiniões como essas, mesmo que venham de pessoas bem intencionadas, que eu sinto mais urgência em escrever essa carta para o meu “futuro eu”. Isso servirá para me lembrar de que eu não preciso saber e nem mesmo tentar antecipar tudo o que vai acontecer.
O que eu preciso é trabalhar duro e persistir nas coisas que eu quero. Essas coisas são realmente muito simples:
Seguir aprendendo, sempre
Eu fui matriculada no ensino fundamental quando eu ainda tinha quatro anos de idade. Aos 16, eu estava formada no ensino médio e aos 19 eu já tinha concluído um curso superior em marketing.
Menos de dois anos depois da minha formatura na universidade, aos 21 anos de idade, eu segurava em minhas mãos o meu primeiro canudo de especialização. Dessa vez, o título vinha de uma pós-graduação em gestão de negócios.
Mais recentemente, aos 26 anos de idade, eu conclui um mestrado em experiência de consumo, pela Universidade da África do Sul.
Mas, de que serviram todos estes estudos?
Bem, para alguma coisa serve. Digamos que, talvez, eu esteja utilizando 1% da minha formação acadêmica no que eu faço hoje.
A verdade é que eu não preciso de um diploma para educar a minha filha e ser uma boa mãe, nem de outro canudo para escrever no meu blog.
O que eu preciso é de uma mente aberta para seguir aprendendo, especialmente nestes dias em que grande parte do que aprendemos no ano passado já se tornou obsoleto.
Me sentir realizada
Talvez eu tenha repetido essa frase ultimamente mais vezes do que eu gostaria de admitir, e eu acho que não sou a única.
Em pleno ano de 2017, no auge dos blogs pessoas e compartilhamentos de fotos nas mídias sociais, eu vejo que outras pessoas também tem a necessidade de sentir que estão fazendo algo por elas mesmas.
O que eu e todos querem é encontrar “aquilo” que os faça sentir realizados.
Por vezes, eu chego a pensar que para mim “aquilo” é a maternidade. Mas, basta ser acordada 15 vezes em uma mesma noite, porque a minha filha está resfriada, que eu mudo de ideia.
Então, eu penso que eu devia encontrar um trabalho formal para me realizar como profissional e ver resultados mais concretos no final de cada dia.
Aí eu lembro que se eu estivesse trabalhando fora de casa, eu jamais poderia cuidar do resfriado da minha filha e ainda me sentiria culpada por isso.
Eu sinto que ainda não encontrei “aquilo”, mas tenho esperanças que o meu “futuro eu” me traga uma resposta.
Praticar as linguagens do amor
Eu não costumo gastar tanto tempo com livros de autoajuda, mas em algum momento depois que eu me tornei mãe e praticamente me tornei uma companheira de quarto do meu marido, eu me peguei lendo tantas obras sobre como não deixar um casamento morrer, que eu aprendi alguma coisa a mais sobre o amor.
O que vale mencionar aqui, para que o meu “futuro eu” saiba no que estivemos trabalhando todo esse tempo é sobre as cinco linguagens do amor. A teoria é do Dr. Gary Chapmam e as cinco linguagens são: “palavras de afirmação”, “tempo de qualidade”, “dar e receber presentes, “atos de serviço” e “contato físico”.
Para quem nunca ouviu falar desse autor, mesmo que ele tenha se tornado um best seller, o Dr. Chapmam já tem os cabelos brancos. Talvez, esse seja o sinal de que ele já deve ter ajudado a resolver muitos conflitos ao longo da sua carreira como conselheiro de casais. Mas, ele também é casado, então já sabe.
O ponto aqui é que eu aprendi a minha linguagem do amor — tempo de qualidade — e a do meu esposo — contato físico. O que me resta é praticar.
Manter uma boa forma física
Na era em que as pessoas acreditam que apenas podem estar em forma se seguem a dieta paleo ou tomam smoothies todas as manhãs, e se mantém inscritas na academia mais cara, enquanto vestem o último modelo de tênis e roupas esportivas da Nike, eu digo: Dane-se tudo isso. Eu só quero estar em forma!
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Manter uma boa forma física, nos meus próprios termos, significa me alimentar bem, comer de tudo, não demais e nem muito pouco, e manter uma rotina de atividade física regular, no tapete da minha sala.
Tudo isso para chegar na frente do meu espelho e deixar de enxergar olheiras abaixo dos meus olhos ou pneuzinhos no meu abdômen. Eu ainda vejo ambos, mas não é esse o meu foco. Agora, eu consigo me enxergar livre das armadilhas sobre como eu “devo” parecer.
Publicar o meu livro
Talvez eu tenha que reformular o título desta sessão para este: “pare de procrastinar na escrita e na edição e tenha a coragem de publicar aquele livro que você escreveu de uma vez por todas”.
Ao fazer isso, eu quero servir de inspiração para outros millennials que, como eu, também possuem grandes ambições, mas falta aquele empurrãozinho (que deveria vir de dentro, mas, bem, isso é outro tema).
Com o meu livro, eu também quero que o meu “futuro eu” veja o quando eu estava errada aos 26, com a certeza de que “eu” sempre terei algo para aprender e melhorar.
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Ah, por último e não menos importante, eu quero dizer para o meu futuro “eu”:
“Ei, não coma aquele marshmallow ainda!”
(Brincadeira, é claro! Não é preciso adiar uma gratificação instantânea por tanto tempo assim).
Isso é tudo por agora, meu querido “futuro eu”.
Eu não tenho ideia de quando eu vou te encontrar por aqui — pode ser em um ano, uma década ou mais, se é que blogs ainda não forem extintos da face da Terra em tanto tempo.
Apenas lembre que “eu agora” estou sentada no escritório improvisado do meu apartamento na capital do Peru, onde vivo com a minha preciosa filha e o meu querido marido, o culpado de eu estar aqui (risos).
Cuide-se mais,
Thaís
O que você diria para o seu “futuro eu”? Compartilhe nos comentários!
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